Empate no último minuto deita
a Adira para fora da Taça
2ª jornada do Grupo A da Taça
(jogo em atraso)
5 de Fevereiro de 2018, 22
horas
G. D. Adira, 3
ADC Figueiras, 3
Pavilhão do CDUP, no Porto
G. D. Adira – Alberto; Tony (cap.),
Pedro e Adelino; Rui.
Jogaram ainda: Sérgio,
Ricardo e Hugo
Tr: Joaquim Miranda
Ao intervalo: 2-0
Marcha do marcador: 3-0; 3-3
Que fantástico jogo. Que
emoções tão fortes. Um jogo que estava ganho e perfeitamente controlado a 10
minutos do fim… É por isto que amamos (e por vezes também “odiamos”) tanto o futsal.
Dificilmente outro desporto consegue ter esta envolvência, esta incerteza...
mas já lá vamos.
Só a vitória interessava,
tanto à Adira como ao Figueiras nesta ultima jornada.
Na ronda anterior a Adira
voltou, com enorme sacrifício, à luta pela passagem, mercê da vitória
tangencial e no último minuto sobre o GAP.
Já o Figueiras que tinha tudo
a seu favor, colocara em risco a passagem, após empate surpreendente com o CPN,
neste que era sem dúvida o grupo mais equilibrado e mais difícil dos três.
As únicas certezas são que à
partida para a última ronda, apenas o GAP, com os seus zero pontos, não
conseguiria passar. Por outro lado, o CPN com 4 pontos já tinha a passagem
garantida, quer fosse em primeiro lugar do grupo, quer fosse em segundo (o
melhor segundo).
Também com 4 pontos estava o
Figueiras, que poderia passar ou não, em vários cenários. Se perdesse este último
jogo era certo que não passaria, pois mesmo que o CPN perdesse também o seu
jogo, nunca seria o melhor segundo classificado. Sabendo desse facto, não foi estranho
ver a camioneta de adeptos que chegou de Lousada para apoiar.
A Adira, com três pontos e
apenas um adepto (obrigado Rui Gaspar), sabia que tinha mesmo de ganhar e só
nesse cenário passaria, quer fosse como primeiro ou segundo do grupo.
O jogo começou da melhor
forma para a Adira. Pormenor delicioso de Adelino e golo do habitual Tony.
O golo enervou o Figueiras,
pois não demorou a perceberem que não seria fácil romper a muralha que tinham
pela frente. Nem com a presença do goleador Fábio Ferreira. O melhor marcador
da Liga com 24 golos (3 por jogo em média), esteve ausente do primeiro jogo
entre as duas equipas para a Liga e esperava-se que fizesse a diferença neste
jogo, mas ficou em branco.
Continuando a enervar a
equipa contrária, a Adira chegou ao segundo golo, por Sérgio. Isto apesar de
ser agarrado pelo menos duas vezes no seu caminho para a baliza. Ficou por
mostrar um amarelo ao adversário, mas até se compreende já que a Adira até marcou
nesse lance. Compreende-se… mas foi aí que a equipa de arbitragem começou a enervar
os homens da Adira.
O intervalo chegou com um 2-0
no marcador e a Adira a parecer controlar por completo os acontecimentos. É
claro que estava sujeita a grande pressão no seu último reduto, mas Alberto ia
dando conta das encomendas.
No segundo tempo acentuou-se
a dureza, com Sérgio a ser o mais castigado. Além das faltas nas pernas, voltou
a repetir-se o lance da primeira parte, com Sérgio a ser agarrado por Albino, o
melhor dos contrários. Sérgio foi constantemente agarrado, desde o meio campo
onde ultrapassou Albino, até à entrada da área, onde desta vez não conseguiu
sequer rematar. Porque é que não houve amarelo????
Gritante a diferença de tratamento
para com as duas equipas, já que logo a seguir, Pedro viu o amarelo por meros
protestos, por dizer simplesmente que as faltas “são sempre para os mesmos”.
Também Adelino não se livrou do amarelo, por reclamar um lançamento a seu favor
e perante a nega, dar um toque na bola para a afastar ligeiramente.
Claro que ambos os lance são
passiveis de acção disciplinar, se a arbitragem for rigorosa. Mas uma
arbitragem rigorosa, nunca poderia deixar passar em claro aqueles quatro ou
cinco agarrões em dois lances. Nem poderia perdoar o amarelo ao jogador que
entra para fazer o “cinco para quatro” ainda com o colete na mão.
Claro que isto foi já depois
de Adelino fazer o terceiro golo, após lance fantástico de Sérgio.
A partida parecia controlada,
mas a semente da discórdia já estava plantada (pelos árbitros) e ia crescendo
os nervos.
O Figueiras marcou a dez
minutos do final. Alberto esteve bem a defender a primeira bola, mas não tão
bem na segunda, que não foi forte nem colocada. Paciência. Ainda assim a Adira
teve duas oportunidades de ouro para prontamente calar a esperança na equipa de
verde. Primeiro foi Pedro, após trabalho e assistência de Sérgio, que meteu a
bola na zona ao lado do penalty, mas Pedro falhou a baliza, quando o guarda
redes nem sabia onde estava, atirando por cima. Depois foi Adelino, a passe de
Tony, a pentear a bola com classe, ganhando a posição ao defesa, mas perante a
saída do guardião, a colocar demasiado a bola e a faze-la sair ao lado do
poste.
Foram dez minutos de pesadelo
e como quem não mata morre, o Figueiras acabou por reduzir para a margem mínima.
Faltavam três minutos… mas
foram para aí cinco, ou talvez não. Pareceram cinco mas se calhar isso era o
coração a bater a 100 e talvez tenham sido apenas os três mesmo. O certo é que
o Figueiras continuou a acreditar cada vez mais e a Adira, com Tony e Sérgio
lesionados a ficar sem forças e a baixar cada vez mais a linhas. Cada vez mais
perto de Alberto, até que na ultima jogada do encontro, Albino fez o três
igual. Tony explodiu de frustração e foi expulso. A bola foi ao centro e o jogo
só teve mais 20 segundos.
Nenhuma das equipas ficou
satisfeita com o empate, mas o Figueiras acabaria por ser bafejado pela sorte,
com o empate também a 3 do CPN, logo a seguir, permitindo a passagem das duas
equipas. Na final four estarão Mini
Águias e União Fanzerense, de resto tal e qual como no campeonato.
O “filme” dos golos ao minuto
2m 1-0 Adelino
corre pela ala esquerda. Quando parece estar se soluções, finta o seu marcador
e foge pela linha de fundo. Assiste Tony
no meio da área e este só teve de encostar.
12m 2-0 Pressão do
figueiras sobre o portador da bola. Na ala esquerda, Adelino mete a bola pelo
corredor lateral para Sérgio. Este vira-se e vai para o ataque, com um
adversário sempre e a agarra-lo, mas Sérgio
consegue chegar na frente da área e fazer o remate vitorioso.
28m 3-0 Sérgio
encostado à ala direita. É obrigado a recuar perante um adversário, mas vira-se
rapidamente e foge pela ala. Cruza para a área, o guardião falha a intercepção e
a bola sobra para Adelino fazer o
golo.
30m 3-1 Insistência
junto à área da Adira. Alberto defende um primeiro remate de fora, ma a bola
sobra para a frente da área, onde Bruno
Silva faz o golo.
37m 3-2 Remate de Virgilio.
40m 3-3 Bola a
rodar na frente da área de Alberto. Albino
recebe a na meia esquerda e perante algum espaço, coloca a bola com força junto
ao ângulo superior mais distante.
Notas
Hugo – 5
Tony, Rui e Ricardo – 6
Pedro – 7
Alberto, Adelino e Sérgio - 8
Homem do Jogo
Alberto Anjos – nota 8
Segundo jogo de Alberto em 2018, depois de um hiato de 1
mês e 4 jogos, que parecia que ia ser coroado com o acesso à meia-final. Os
colegas da frente foram filtrando as bolas que lhe chegavam, mas a pressão do
Figueiras foi enorme e acabou por ter bastante trabalho. Defendeu tudo durante
30 minutos, mas um lance de infelicidade foi o início da derrocada. Fez
provavelmente o melhor jogo de que há memória e não merecia aquele “balde de
água fria”.
Outros destaques
Pedro fez os quarenta minutos e foi uma muralha. Pena que
acabou o jogo em défice e também aí começou a derrocada da equipa.
Sérgio foi perigosíssimo, enquanto durou. Depois vieram
os problemas físicos. É outro dos que não merecia perder…
Adelino esteve nos três golos e não fosse por Alberto,
teria sido o MVP.
Hugo também esteve em destaque… mas já não me lembro bem
porquê.
O
balanço
Acredito que é francamente positivo. Apesar dos
resultados serem desmoralizadores e quiçá piores que na primeira época. Afinal
de contas na Liga só vencemos 2 partidas em 9 realizadas. Na época passada tínhamos
3 vitórias em apenas 7 jogos. Apesar disso, penso que temos de estar satisfeitos
com a prestação da equipa. Não tivemos resultados que o atestem, é verdade, mas
só alguém muito distraído não vê a evolução da equipa e a grande injustiça que
foram algumas dessas derrotas.
Basta olhar para os jogos realizados contra as quatro
equipas que estão nas meias-finais da Liga e da Taça.
Com o CPN por exemplo, perdemos 2-1 tanto na Liga como na
Taça. Dois resultados tremendamente injustos, sendo que em ambos o melhor em
campo foi o guardião Rui… Almeida, que mais parecia (São) Patricio.
Com o Mini Águias estivemos a vencer por 2-0, com uma
primeira parte notável, que não faria nunca adivinhar o descalabro que se deu
na segunda. Ainda conseguimos empatar o jogo a 3 golos, apenas para sofrer de
novo, a seis minutos do fim e perder mais três pontos.
Com o União Fanzerense foi muito parecido. Marcamos
primeiro. Os fanzerenses empataram pelo capitão Miguel, que a bem dizer, deveria
ter sido expulso antes desse lance. Voltamos a tomar conta do jogo com mais
dois golos, apenas para ver tudo se desfazer nos últimos 10 minutos.
Já com o Figueiras, foi isto que se viu neste jogo para a
Taça, com um período de meia hora de domínio absoluto, até sofrermos o empate
no fim. No campeonato foi uma derrota tangencial, por 2-1, num jogo em que estávamos
desfalcados (como quase sempre), mas em que ainda assim podíamos ter saído com
um empate, já que no último minuto a sorte bafejou a baliza dos homens de
Lousada.
Preocupado estaria se não visse o bom futsal que temos
praticado. Os resultados, hão de aparecer…
Não temos grandes jogadores, mas temos uma grande equipa.
Uma família. Se há coisa que devemos aprender desta grande conquista de
Portugal no Europeu de Futsal (e já agora no Europeu de Futebol em 2016), é que
nem sempre as grandes equipas são constituídas pelos melhores jogadores. Em
ambas as competições, ninguém olharia para Portugal como um candidato. Ou pelo
menos nunca dos ma fortes. O espirito de equipa, a solidariedade, a entreajuda
entre todos, o esforço máximo e o correr mais um bocado que o adversário, podem
ser o suficiente para compensar lacunas físicas, técnicas e tácticas e no fim, fazer
a diferença. Acredito que temos esse espirito. Temo-lo mostrado na maior parte
do tempo e acredito que só faltará conseguir estender essa determinação, pelos
quarenta minutos de um jogo, para sermos felizes mais vezes.
Temos uma equipa diversificada mas que joga de forma
muito homogénea, como um bloco. Quando digo que não temos grandes jogadores,
calma lá. Não temos nenhum Ricardinho ou Cardinal, mas temos bons jogadores,
capazes de dar o salto para o nível seguinte. Temos um craque como o Adelino,
capaz de sacar um coelho da cartola a qualquer momento. Temos um Serginho que
quando está confiante e inspirado (e essencialmente quando está bem fisicamente)
é o “melhor amigo” de um goleador. Temos mais, mas não quero estar a
individualizar muito…
Claro que nenhum balanço final estaria completo, sem esse
olhar individual aos atletas que mais se distinguiram.
Vamos aos números:
JOGOS:
9 – Adelino e Tony (+3 na Taça cada um)
8 – Hugo (+3) e Rui (+2)
6 – Pedro e Alberto (+2 cada)
5 – Ricardo (+1)
4 – Sérgio (+2)
3 – Filipe
2 – Cunha (+1)
1 – Miranda, Couto e Gilberto
GOLOS:
7 – Adelino (+3 na Taça)
5 – Tony (+3)
3 – Couto e Rui
2 – Pedro
1 – Filipe, Ricardo e Hugo
0 - Sérgio (+1)
ASSISTÊNCIAS:
9 – Tony (+1 na Taça)
3 – Adelino (+3)
4 – Rui
2 – Sérgio (+2), Ricardo, Pedro e Hugo
Na primeira época destacaram-se Adelino, Sérgio e Balu.
Nesta segunda época Adelino voltou a ser o melhor. Na
primeira época fez 10 golos e foi o segundo melhor marcador da competição.
Nesta fez menos golos, se descontarmos os 3 da taça e com mais jogos. Foi “apenas”
o oitavo goleador da Liga, mas evoluiu muito como jogador de equipa. Às vezes
ainda deixa os colegas frustrados por não passar esta ou aquela bola, mas se
alguém tem crédito para assumir o “um para um”, esse alguém é o Adelino. O jogo
não pode ser feito apenas de passes para o lado e para trás. Adelino é um “jogador
vertical” e não tem de pedir desculpa por isso. A equipa é que agradece.
Em segundo lugar aparece Tony, o outro totalista da equipa.
Com números muito próximos de Adelino, foi o segundo melhor marcador da equipa,
embora apenas décimo quarto na geral. Destacou-se no capítulo das assistências e
na consistência defensiva. Tacticamente impecável, foi uma verdadeira extensão do
treinador dentro da quadra.
Por último, Pedro o melhor defensor da equipa. Aquele que
ferra a língua e vai à luta. Excelente no posicionamento defensivo, mas não só.
Não se limita a ocupar bem os espaços, também é um exímio ladrão de bolas. Mete
o pé e não dá descanso aos adversários. Fez uma boa época e só foi pena algumas
ausências injustificadas.
Nesta lista também caberia Sérgio...
Acabou a época em grande, mas acabou por fazer poucos jogos
ao longo desta. Na Liga por exemplo só fez quatro e dois deles foram na baliza,
na ausência de Alberto. Na Taça esteve presente nos últimos dois jogos, uma
vitória e um empate e foi porventura o maior responsável pela boa prova que fizemos
aí. Ainda assim é curioso verificar que foi o escolhido pela Superliga para a
votação do melhor jogador da época, cujo vencedor será anunciado no próximo sábado.
Nunca se sabe. Na época passada foi o terceiro classificado, atrás de Miguel Teixeira
(ex-Manga, agora Fanzerense) e Nelson Fernandes (GAP), todos eles outra vez a
concurso.