segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

38 minutos com o pé na meia final



Empate no último minuto deita a Adira para fora da Taça

2ª jornada do Grupo A da Taça (jogo em atraso)
5 de Fevereiro de 2018, 22 horas

G. D. Adira, 3
ADC Figueiras, 3

Pavilhão do CDUP, no Porto

G. D. Adira – Alberto; Tony (cap.), Pedro e Adelino; Rui.
Jogaram ainda: Sérgio, Ricardo e Hugo
Tr: Joaquim Miranda

Ao intervalo: 2-0
Marcha do marcador: 3-0; 3-3




Que fantástico jogo. Que emoções tão fortes. Um jogo que estava ganho e perfeitamente controlado a 10 minutos do fim… É por isto que amamos (e por vezes também “odiamos”) tanto o futsal. Dificilmente outro desporto consegue ter esta envolvência, esta incerteza... mas já lá vamos.

Só a vitória interessava, tanto à Adira como ao Figueiras nesta ultima jornada.
Na ronda anterior a Adira voltou, com enorme sacrifício, à luta pela passagem, mercê da vitória tangencial e no último minuto sobre o GAP.
Já o Figueiras que tinha tudo a seu favor, colocara em risco a passagem, após empate surpreendente com o CPN, neste que era sem dúvida o grupo mais equilibrado e mais difícil dos três.
As únicas certezas são que à partida para a última ronda, apenas o GAP, com os seus zero pontos, não conseguiria passar. Por outro lado, o CPN com 4 pontos já tinha a passagem garantida, quer fosse em primeiro lugar do grupo, quer fosse em segundo (o melhor segundo).

Também com 4 pontos estava o Figueiras, que poderia passar ou não, em vários cenários. Se perdesse este último jogo era certo que não passaria, pois mesmo que o CPN perdesse também o seu jogo, nunca seria o melhor segundo classificado. Sabendo desse facto, não foi estranho ver a camioneta de adeptos que chegou de Lousada para apoiar.

A Adira, com três pontos e apenas um adepto (obrigado Rui Gaspar), sabia que tinha mesmo de ganhar e só nesse cenário passaria, quer fosse como primeiro ou segundo do grupo.

O jogo começou da melhor forma para a Adira. Pormenor delicioso de Adelino e golo do habitual Tony.

O golo enervou o Figueiras, pois não demorou a perceberem que não seria fácil romper a muralha que tinham pela frente. Nem com a presença do goleador Fábio Ferreira. O melhor marcador da Liga com 24 golos (3 por jogo em média), esteve ausente do primeiro jogo entre as duas equipas para a Liga e esperava-se que fizesse a diferença neste jogo, mas ficou em branco.

Continuando a enervar a equipa contrária, a Adira chegou ao segundo golo, por Sérgio. Isto apesar de ser agarrado pelo menos duas vezes no seu caminho para a baliza. Ficou por mostrar um amarelo ao adversário, mas até se compreende já que a Adira até marcou nesse lance. Compreende-se… mas foi aí que a equipa de arbitragem começou a enervar os homens da Adira.

O intervalo chegou com um 2-0 no marcador e a Adira a parecer controlar por completo os acontecimentos. É claro que estava sujeita a grande pressão no seu último reduto, mas Alberto ia dando conta das encomendas.

No segundo tempo acentuou-se a dureza, com Sérgio a ser o mais castigado. Além das faltas nas pernas, voltou a repetir-se o lance da primeira parte, com Sérgio a ser agarrado por Albino, o melhor dos contrários. Sérgio foi constantemente agarrado, desde o meio campo onde ultrapassou Albino, até à entrada da área, onde desta vez não conseguiu sequer rematar. Porque é que não houve amarelo????

Gritante a diferença de tratamento para com as duas equipas, já que logo a seguir, Pedro viu o amarelo por meros protestos, por dizer simplesmente que as faltas “são sempre para os mesmos”. Também Adelino não se livrou do amarelo, por reclamar um lançamento a seu favor e perante a nega, dar um toque na bola para a afastar ligeiramente.
Claro que ambos os lance são passiveis de acção disciplinar, se a arbitragem for rigorosa. Mas uma arbitragem rigorosa, nunca poderia deixar passar em claro aqueles quatro ou cinco agarrões em dois lances. Nem poderia perdoar o amarelo ao jogador que entra para fazer o “cinco para quatro” ainda com o colete na mão.

Claro que isto foi já depois de Adelino fazer o terceiro golo, após lance fantástico de Sérgio.
A partida parecia controlada, mas a semente da discórdia já estava plantada (pelos árbitros) e ia crescendo os nervos.



O Figueiras marcou a dez minutos do final. Alberto esteve bem a defender a primeira bola, mas não tão bem na segunda, que não foi forte nem colocada. Paciência. Ainda assim a Adira teve duas oportunidades de ouro para prontamente calar a esperança na equipa de verde. Primeiro foi Pedro, após trabalho e assistência de Sérgio, que meteu a bola na zona ao lado do penalty, mas Pedro falhou a baliza, quando o guarda redes nem sabia onde estava, atirando por cima. Depois foi Adelino, a passe de Tony, a pentear a bola com classe, ganhando a posição ao defesa, mas perante a saída do guardião, a colocar demasiado a bola e a faze-la sair ao lado do poste.

Foram dez minutos de pesadelo e como quem não mata morre, o Figueiras acabou por reduzir para a margem mínima.
Faltavam três minutos… mas foram para aí cinco, ou talvez não. Pareceram cinco mas se calhar isso era o coração a bater a 100 e talvez tenham sido apenas os três mesmo. O certo é que o Figueiras continuou a acreditar cada vez mais e a Adira, com Tony e Sérgio lesionados a ficar sem forças e a baixar cada vez mais a linhas. Cada vez mais perto de Alberto, até que na ultima jogada do encontro, Albino fez o três igual. Tony explodiu de frustração e foi expulso. A bola foi ao centro e o jogo só teve mais 20 segundos.
Nenhuma das equipas ficou satisfeita com o empate, mas o Figueiras acabaria por ser bafejado pela sorte, com o empate também a 3 do CPN, logo a seguir, permitindo a passagem das duas equipas. Na final four estarão Mini Águias e União Fanzerense, de resto tal e qual como no campeonato.





O “filme” dos golos ao minuto

2m               1-0     Adelino corre pela ala esquerda. Quando parece estar se soluções, finta o seu marcador e foge pela linha de fundo. Assiste Tony no meio da área e este só teve de encostar.

12m             2-0     Pressão do figueiras sobre o portador da bola. Na ala esquerda, Adelino mete a bola pelo corredor lateral para Sérgio. Este vira-se e vai para o ataque, com um adversário sempre e a agarra-lo, mas Sérgio consegue chegar na frente da área e fazer o remate vitorioso.


28m             3-0     Sérgio encostado à ala direita. É obrigado a recuar perante um adversário, mas vira-se rapidamente e foge pela ala. Cruza para a área, o guardião falha a intercepção e a bola sobra para Adelino fazer o golo.

30m             3-1     Insistência junto à área da Adira. Alberto defende um primeiro remate de fora, ma a bola sobra para a frente da área, onde Bruno Silva faz o golo.

37m             3-2     Remate de Virgilio.

40m             3-3     Bola a rodar na frente da área de Alberto. Albino recebe a na meia esquerda e perante algum espaço, coloca a bola com força junto ao ângulo superior mais distante.




Notas

Hugo – 5
Tony, Rui e Ricardo – 6
Pedro – 7
Alberto, Adelino e Sérgio - 8


Homem do Jogo

Alberto Anjos – nota 8

Segundo jogo de Alberto em 2018, depois de um hiato de 1 mês e 4 jogos, que parecia que ia ser coroado com o acesso à meia-final. Os colegas da frente foram filtrando as bolas que lhe chegavam, mas a pressão do Figueiras foi enorme e acabou por ter bastante trabalho. Defendeu tudo durante 30 minutos, mas um lance de infelicidade foi o início da derrocada. Fez provavelmente o melhor jogo de que há memória e não merecia aquele “balde de água fria”.


Outros destaques

Pedro fez os quarenta minutos e foi uma muralha. Pena que acabou o jogo em défice e também aí começou a derrocada da equipa.

Sérgio foi perigosíssimo, enquanto durou. Depois vieram os problemas físicos. É outro dos que não merecia perder…

Adelino esteve nos três golos e não fosse por Alberto, teria sido o MVP.  

Hugo também esteve em destaque… mas já não me lembro bem porquê.


O balanço

Acredito que é francamente positivo. Apesar dos resultados serem desmoralizadores e quiçá piores que na primeira época. Afinal de contas na Liga só vencemos 2 partidas em 9 realizadas. Na época passada tínhamos 3 vitórias em apenas 7 jogos. Apesar disso, penso que temos de estar satisfeitos com a prestação da equipa. Não tivemos resultados que o atestem, é verdade, mas só alguém muito distraído não vê a evolução da equipa e a grande injustiça que foram algumas dessas derrotas.

Basta olhar para os jogos realizados contra as quatro equipas que estão nas meias-finais da Liga e da Taça.
Com o CPN por exemplo, perdemos 2-1 tanto na Liga como na Taça. Dois resultados tremendamente injustos, sendo que em ambos o melhor em campo foi o guardião Rui… Almeida, que mais parecia (São) Patricio.
Com o Mini Águias estivemos a vencer por 2-0, com uma primeira parte notável, que não faria nunca adivinhar o descalabro que se deu na segunda. Ainda conseguimos empatar o jogo a 3 golos, apenas para sofrer de novo, a seis minutos do fim e perder mais três pontos.
Com o União Fanzerense foi muito parecido. Marcamos primeiro. Os fanzerenses empataram pelo capitão Miguel, que a bem dizer, deveria ter sido expulso antes desse lance. Voltamos a tomar conta do jogo com mais dois golos, apenas para ver tudo se desfazer nos últimos 10 minutos.
Já com o Figueiras, foi isto que se viu neste jogo para a Taça, com um período de meia hora de domínio absoluto, até sofrermos o empate no fim. No campeonato foi uma derrota tangencial, por 2-1, num jogo em que estávamos desfalcados (como quase sempre), mas em que ainda assim podíamos ter saído com um empate, já que no último minuto a sorte bafejou a baliza dos homens de Lousada.

Preocupado estaria se não visse o bom futsal que temos praticado. Os resultados, hão de aparecer…

Não temos grandes jogadores, mas temos uma grande equipa. Uma família. Se há coisa que devemos aprender desta grande conquista de Portugal no Europeu de Futsal (e já agora no Europeu de Futebol em 2016), é que nem sempre as grandes equipas são constituídas pelos melhores jogadores. Em ambas as competições, ninguém olharia para Portugal como um candidato. Ou pelo menos nunca dos ma fortes. O espirito de equipa, a solidariedade, a entreajuda entre todos, o esforço máximo e o correr mais um bocado que o adversário, podem ser o suficiente para compensar lacunas físicas, técnicas e tácticas e no fim, fazer a diferença. Acredito que temos esse espirito. Temo-lo mostrado na maior parte do tempo e acredito que só faltará conseguir estender essa determinação, pelos quarenta minutos de um jogo, para sermos felizes mais vezes.
Temos uma equipa diversificada mas que joga de forma muito homogénea, como um bloco. Quando digo que não temos grandes jogadores, calma lá. Não temos nenhum Ricardinho ou Cardinal, mas temos bons jogadores, capazes de dar o salto para o nível seguinte. Temos um craque como o Adelino, capaz de sacar um coelho da cartola a qualquer momento. Temos um Serginho que quando está confiante e inspirado (e essencialmente quando está bem fisicamente) é o “melhor amigo” de um goleador. Temos mais, mas não quero estar a individualizar muito…

Claro que nenhum balanço final estaria completo, sem esse olhar individual aos atletas que mais se distinguiram.
Vamos aos números:

JOGOS:
9 – Adelino e Tony (+3 na Taça cada um)
8 – Hugo (+3) e Rui (+2)
6 – Pedro e Alberto (+2 cada)
5 – Ricardo (+1)
4 – Sérgio (+2)
3 – Filipe
2 – Cunha (+1)
1 – Miranda, Couto e Gilberto

GOLOS:
7 – Adelino (+3 na Taça)
5 – Tony (+3)
3 – Couto e Rui
2 – Pedro
1 – Filipe, Ricardo e Hugo
0 - Sérgio (+1)

ASSISTÊNCIAS:
9 – Tony (+1 na Taça)
3 – Adelino (+3)
4 – Rui
2 – Sérgio (+2), Ricardo, Pedro e Hugo

Na primeira época destacaram-se Adelino, Sérgio e Balu.



Nesta segunda época Adelino voltou a ser o melhor. Na primeira época fez 10 golos e foi o segundo melhor marcador da competição. Nesta fez menos golos, se descontarmos os 3 da taça e com mais jogos. Foi “apenas” o oitavo goleador da Liga, mas evoluiu muito como jogador de equipa. Às vezes ainda deixa os colegas frustrados por não passar esta ou aquela bola, mas se alguém tem crédito para assumir o “um para um”, esse alguém é o Adelino. O jogo não pode ser feito apenas de passes para o lado e para trás. Adelino é um “jogador vertical” e não tem de pedir desculpa por isso. A equipa é que agradece.

Em segundo lugar aparece Tony, o outro totalista da equipa. Com números muito próximos de Adelino, foi o segundo melhor marcador da equipa, embora apenas décimo quarto na geral. Destacou-se no capítulo das assistências e na consistência defensiva. Tacticamente impecável, foi uma verdadeira extensão do treinador dentro da quadra.

Por último, Pedro o melhor defensor da equipa. Aquele que ferra a língua e vai à luta. Excelente no posicionamento defensivo, mas não só. Não se limita a ocupar bem os espaços, também é um exímio ladrão de bolas. Mete o pé e não dá descanso aos adversários. Fez uma boa época e só foi pena algumas ausências injustificadas.

Nesta lista também caberia Sérgio...
Acabou a época em grande, mas acabou por fazer poucos jogos ao longo desta. Na Liga por exemplo só fez quatro e dois deles foram na baliza, na ausência de Alberto. Na Taça esteve presente nos últimos dois jogos, uma vitória e um empate e foi porventura o maior responsável pela boa prova que fizemos aí. Ainda assim é curioso verificar que foi o escolhido pela Superliga para a votação do melhor jogador da época, cujo vencedor será anunciado no próximo sábado. Nunca se sabe. Na época passada foi o terceiro classificado, atrás de Miguel Teixeira (ex-Manga, agora Fanzerense) e Nelson Fernandes (GAP), todos eles outra vez a concurso.

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Estamos na luta



Vitória foi prémio para o sacrifício extremo de 5 guerreiros

3ª jornada do Grupo A da Taça
27 de Janeiro de 2018, 18 horas

G. D. Adira, 3
GAP, 2

Pavilhão do CDUP, no Porto

G. D. Adira – Pedro; Hugo, Tony e Adelino; Sérgio.
Tr: Joaquim Miranda

Ao intervalo: 1-1
Marcha do marcador: 1-0; 1-1; 2-1; 2-2; 3-2




A Adira vinha de obter um recorde negativo. Seis derrotas consecutivas não é um estigma fácil de superar e para mais o adversário para este jogo, foi uma dessas seis equipas que nos venceu. Logo com a derrota mais pesada de sempre (2-7).
O GAP é também a equipa que já defrontamos mais vezes, sendo este o terceiro confronto. Nos dois anteriores perdemos sempre. Tudo a favor portanto para esta ser mais uma derrota, mas Miranda, Pedro, Hugo, Tony, Adelino e Sérgio não quiseram.

Que jogaço fizeram os cinco bravos atletas da Adira. Tiveram logo de compensar uma falta de ultima hora, de Alberto, que não pôde comparecer à partida. Pedro voluntariou-se para a baliza e esteve inexcedível. Todos estiveram de resto e num jogo que não era nada fácil, como explicamos antes.

O jogo começou com o GAP mais pressionante, tentando tirar partido do maior número de atletas disponíveis, com um ritmo de jogo forte, desde o início. A Adira pelo contrário, tentava “meter gelo”, não embarcando numa pressão alta que rapidamente desgastaria os cinco elementos.

O GAP pressionava a atacar, mas também a defender, com o bloco muito alto a dificultar, de sobremaneira, a saída de bola por parte do Desportivo.

Foi curiosamente num desses lances que a Adira chegou à vantagem. O GAP com o bloco muito alto, a Adira atentar trocar a bola à procura de espaços e sai um passe de Tony para o homem mais avançado, na altura Adelino. Com arte, mas também cm alguma sorte à mistura, Adelino conseguiu isolar-se e bater o guardião.

Começava bem mas a pressão do GAP, não abrandou como é natural. Pelo contrário intensificou-se, começando aí a sobressair a mais-valia de Pedro, na baliza, mas a funcionar como um quinto homem de campo, com os colegas da frente a socorrer-se dele, sempre que era necessário, para jogar em superioridade numérica no meio campo defensivo. Nem sempre as bolas tinham o melhor seguimento ofensivo, mas cumpria-se o objectivo de pôr o adversário “a cheirar a bola” e esta sempre longe da baliza da Adira.

O jogo manteve-se assim durante alguns minutos. Já passaria da metade da primeira parte quando se deu um lance polémico. Com o GAP a jogar com o guardião avançado, Sérgio forçou o erro do adversário no meio campo e a bola sobrou para Tony, atrás do meio campo, que de pronto tentou o remate para a baliza. No círculo central do meio campo, o guardião evitou o golo com as mãos.

Será que era golo???
O que é que isso interessa? A bola ia seguramente na direcção da baliza. Podia ser golo, como poderia passar a centímetros do poste, mas ia garantidamente na direcção da baliza. Nunca iria sair pela linha lateral ou sequer perto da marca do canto. O guardião teria de ser expulso e daí não viria nenhum mal ao mundo. Quando se cumprem as regras, até pode haver protestos, mas as pessoas acabam por aceitar, porque se cumpriu as regras. O problema é que nestas competições “amigáveis”, os árbitros tem a mania de inventar e facilitar e só deram o amarelo ao guardião, apesar dos muitos protestos dos homens da Adira.

O lance foi muito penalizador para o Grupo Desportivo, até porque retirou discernimento e concentração à equipa, principalmente ao apitão Tony que era dos mais exasperados nos protestos…
Tanto que foi Tony que acabou por falhar no golo do empate, apenas um minuto depois, num lance em que acaba por ser clara alguma falha de concentração.

O empate resistiu até ao intervalo, altura em que já se notava algum cansaço.

No início da segunda parte, a Adira já saía com menos perigo para o ataque. As pernas iam pesando, principalmente em Tony e Hugo que já não conseguiam subir na quadra com o mesmo vigor da primeira parte. A equipa acabava por insistir mais em colocar a bola directamente na frente, aproveitando Adelino e principalmente Sérgio, para acumular algumas faltas sofridas, aquando do momento da recepção. E nem todas as faltas foram marcadas.

Tony ainda teve forças para fugir ao seu marcador, subir à área contrária e colocar a Adira de novo na frente, mas logo a seguir, na primeira oportunidade, teve de trocar de lugar com Pedro na baliza. A pressão do GAP ia ser grande e era preciso refrescar a defensiva, da única forma possível, com a passagem de Pedro para jogador de campo.

Não tardou até que Pedro “cavasse” também ele, com a sua experiência, mais uma falta, a quarta para o GAP. Antes disso porém voltou o empate, com Castro, o mais perigoso a par do capitão Nelson, a fazer o 2-2. A bola foi muito bem colocada e não havia muito que Tony pudesse fazer…

O jogo estava equilibrado e podia cair para qualquer lado. Mas tinha de ser a Adira a fazer pela vida, já que da parte da arbitragem não se podia contar com nada. Em novo lance claro para expulsão, o árbitro ficou-se novamente pelo amarelo. Se calhar este até era mais gritante (se é que isso é possível). Senão veja-se. Hugo fintou o adversário e foi sozinho para a baliza, da esquerda para o centro. Perfeito para o remate com o seu pé mais forte, o direito, que já ia a puxar atrás para bater, ali na zona do livre de 10 metros, quando foi ceifado pelo adversário nas costas e quando só tinha o guardião pela frente. Se isto não é lance para vermelho, então não percebemos nada de desporto, futebol, futsal, ou o que for…

Do livre infelizmente não saiu nada, senão um cerrar de dentes ainda mais forte e focado na vitória, que haveria de chegar. Esta sobre o Hugo foi a quinta falta. A sexta, com direito a livre sem barreira, sofreu-a Sérgio muito perto do final. No livre, Adelino deu a vitória à Adira.

Com este resultado o Grupo Desportivo Adira volta a depender apenas de si para passar às meias finais, mas para isso terá de vencer o ADC Figueiras, líder do campeonato e que nunca perdeu esta época.





O “filme” dos golos ao minuto

4m               1-0     Pressão do GAP na saída da bola. Tony mete a bola na frente. Adelino ludibria o adversário com o corpo e fica sozinho com a bola e vários metros para correr. À saída do guardião, Adelino remata e faz a bola passar por baixo das pernas do guardião.

14m             1-1     Mau passe de Tony à queima-roupa. Nelson intercepta no meio campo e vem por lá fora. Na área, finta Pedro e marca.


28m             2-1     Tony mete para Sérgio a pivot. Sérgio roda sobre o seu marcador e deixa-o para trás. Com o ultimo defesa a sair-lhe ao caminho faz o passe para a direita, com Tony a aparecer e a encostar de primeira para a baliza.

35m             2-2     Canto curto do GAP. Castro recebe na lateral esquerda e chuta prontamente. Uma espécie de “centro remate” que mete a bola encostadinha ao poste mais distante.

38m             3-2     Sérgio recebe na esquerda e é carregado quando tenta rodar. Sexta falta e livre sem barreira. Na marcação do livre, Adelino bate em jeito e faz a bola passar pelo lado do guardião.




Notas

Pedro, Hugo e Tony – 7
Adelino e Sérgio - 8


Homem do Jogo

Sérgio Guimarães – nota 8

Excelente a transportar a bola e a esticar o jogo, deixando os defesas contrários sempre em alerta. Não marcou mas foi crucial nos momentos decisivos. Criou o 2-1 para Tony e num lance do qual dificilmente sairia perigo, inventou o golo da vitória, para Adelino marcar.


Outros destaques

Pedro “sacrificou-se” na baliza e não esteve mal. Esteve muito atento a defender. Excelente a colocar a bola e a criar superioridade numérica, quando era preciso sair sob pressão. Não teve hipóteses no golo sofrido e acabou a segunda parte como jogador de campo, emprestando frescura física e muita experiência à equipa.

Adelino fez dois golos nas duas únicas oportunidades de que dispôs. Teve ainda um passe que era meio golo, só para encostar ao segundo poste, mas nem Sérgio nem Tony “aproveitaram”.
No momento decisivo, não se escondeu e assumiu a responsabilidade de converter o livre que deu a vitória. São assim os grandes jogadores.