Vitória foi prémio para o
sacrifício extremo de 5 guerreiros
3ª jornada do Grupo A da Taça
27 de Janeiro de 2018, 18
horas
G. D. Adira, 3
GAP, 2
Pavilhão do CDUP, no Porto
G. D. Adira – Pedro; Hugo, Tony e Adelino;
Sérgio.
Tr: Joaquim Miranda
Ao intervalo: 1-1
Marcha do marcador: 1-0; 1-1;
2-1; 2-2; 3-2
A Adira vinha de obter um
recorde negativo. Seis derrotas consecutivas não é um estigma fácil de superar
e para mais o adversário para este jogo, foi uma dessas seis equipas que nos
venceu. Logo com a derrota mais pesada de sempre (2-7).
O GAP é também a equipa que
já defrontamos mais vezes, sendo este o terceiro confronto. Nos dois anteriores
perdemos sempre. Tudo a favor portanto para esta ser mais uma derrota, mas
Miranda, Pedro, Hugo, Tony, Adelino e Sérgio não quiseram.
Que jogaço fizeram os cinco bravos atletas da Adira. Tiveram logo de compensar
uma falta de ultima hora, de Alberto, que não pôde comparecer à partida. Pedro
voluntariou-se para a baliza e esteve inexcedível. Todos estiveram de resto e
num jogo que não era nada fácil, como explicamos antes.
O jogo começou com o GAP mais
pressionante, tentando tirar partido do maior número de atletas disponíveis,
com um ritmo de jogo forte, desde o início. A Adira pelo contrário, tentava “meter
gelo”, não embarcando numa pressão alta que rapidamente desgastaria os cinco
elementos.
O GAP pressionava a atacar,
mas também a defender, com o bloco muito alto a dificultar, de sobremaneira, a
saída de bola por parte do Desportivo.
Foi curiosamente num desses lances
que a Adira chegou à vantagem. O GAP com o bloco muito alto, a Adira atentar
trocar a bola à procura de espaços e sai um passe de Tony para o homem mais
avançado, na altura Adelino. Com arte, mas também cm alguma sorte à mistura,
Adelino conseguiu isolar-se e bater o guardião.
Começava bem mas a pressão do
GAP, não abrandou como é natural. Pelo contrário intensificou-se, começando aí
a sobressair a mais-valia de Pedro, na baliza, mas a funcionar como um quinto
homem de campo, com os colegas da frente a socorrer-se dele, sempre que era necessário,
para jogar em superioridade numérica no meio campo defensivo. Nem sempre as
bolas tinham o melhor seguimento ofensivo, mas cumpria-se o objectivo de pôr o
adversário “a cheirar a bola” e esta sempre longe da baliza da Adira.
O jogo manteve-se assim
durante alguns minutos. Já passaria da metade da primeira parte quando se deu um
lance polémico. Com o GAP a jogar com o guardião avançado, Sérgio forçou o erro
do adversário no meio campo e a bola sobrou para Tony, atrás do meio campo, que
de pronto tentou o remate para a baliza. No círculo central do meio campo, o
guardião evitou o golo com as mãos.
Será que era golo???
O que é que isso interessa? A
bola ia seguramente na direcção da baliza. Podia ser golo, como poderia passar
a centímetros do poste, mas ia garantidamente na direcção da baliza. Nunca iria
sair pela linha lateral ou sequer perto da marca do canto. O guardião teria de
ser expulso e daí não viria nenhum mal ao mundo. Quando se cumprem as regras, até
pode haver protestos, mas as pessoas acabam por aceitar, porque se cumpriu as
regras. O problema é que nestas competições “amigáveis”, os árbitros tem a
mania de inventar e facilitar e só deram o amarelo ao guardião, apesar dos
muitos protestos dos homens da Adira.
O lance foi muito penalizador
para o Grupo Desportivo, até porque retirou discernimento e concentração à
equipa, principalmente ao apitão Tony que era dos mais exasperados nos
protestos…
Tanto que foi Tony que acabou
por falhar no golo do empate, apenas um minuto depois, num lance em que acaba
por ser clara alguma falha de concentração.
O empate resistiu até ao
intervalo, altura em que já se notava algum cansaço.
No início da segunda parte, a
Adira já saía com menos perigo para o ataque. As pernas iam pesando, principalmente
em Tony e Hugo que já não conseguiam subir na quadra com o mesmo vigor da
primeira parte. A equipa acabava por insistir mais em colocar a bola directamente
na frente, aproveitando Adelino e principalmente Sérgio, para acumular algumas
faltas sofridas, aquando do momento da recepção. E nem todas as faltas foram
marcadas.
Tony ainda teve forças para fugir
ao seu marcador, subir à área contrária e colocar a Adira de novo na frente,
mas logo a seguir, na primeira oportunidade, teve de trocar de lugar com Pedro
na baliza. A pressão do GAP ia ser grande e era preciso refrescar a defensiva,
da única forma possível, com a passagem de Pedro para jogador de campo.
Não tardou até que Pedro “cavasse”
também ele, com a sua experiência, mais uma falta, a quarta para o GAP. Antes
disso porém voltou o empate, com Castro, o mais perigoso a par do capitão
Nelson, a fazer o 2-2. A bola foi muito bem colocada e não havia muito que Tony
pudesse fazer…
O jogo estava equilibrado e
podia cair para qualquer lado. Mas tinha de ser a Adira a fazer pela vida, já
que da parte da arbitragem não se podia contar com nada. Em novo lance claro
para expulsão, o árbitro ficou-se novamente pelo amarelo. Se calhar este até
era mais gritante (se é que isso é possível). Senão veja-se. Hugo fintou o
adversário e foi sozinho para a baliza, da esquerda para o centro. Perfeito
para o remate com o seu pé mais forte, o direito, que já ia a puxar atrás para
bater, ali na zona do livre de 10 metros, quando foi ceifado pelo adversário
nas costas e quando só tinha o guardião pela frente. Se isto não é lance para
vermelho, então não percebemos nada de desporto, futebol, futsal, ou o que for…
Do livre infelizmente não
saiu nada, senão um cerrar de dentes ainda mais forte e focado na vitória, que
haveria de chegar. Esta sobre o Hugo foi a quinta falta. A sexta, com direito a
livre sem barreira, sofreu-a Sérgio muito perto do final. No livre, Adelino deu
a vitória à Adira.
Com este resultado o Grupo Desportivo
Adira volta a depender apenas de si para passar às meias finais, mas para isso
terá de vencer o ADC Figueiras, líder do campeonato e que nunca perdeu esta
época.
O “filme” dos golos ao minuto
4m 1-0 Pressão
do GAP na saída da bola. Tony mete a bola na frente. Adelino ludibria o
adversário com o corpo e fica sozinho com a bola e vários metros para correr. À
saída do guardião, Adelino remata e
faz a bola passar por baixo das pernas do guardião.
14m 1-1 Mau passe
de Tony à queima-roupa. Nelson
intercepta no meio campo e vem por lá fora. Na área, finta Pedro e marca.
28m 2-1 Tony mete
para Sérgio a pivot. Sérgio roda sobre o seu marcador e deixa-o para trás. Com
o ultimo defesa a sair-lhe ao caminho faz o passe para a direita, com Tony a aparecer e a encostar de
primeira para a baliza.
35m 2-2 Canto curto
do GAP. Castro recebe na lateral
esquerda e chuta prontamente. Uma espécie de “centro remate” que mete a bola
encostadinha ao poste mais distante.
38m 3-2 Sérgio
recebe na esquerda e é carregado quando tenta rodar. Sexta falta e livre sem
barreira. Na marcação do livre, Adelino
bate em jeito e faz a bola passar pelo lado do guardião.
Notas
Pedro, Hugo e Tony – 7
Adelino e Sérgio - 8
Homem do Jogo
Sérgio Guimarães – nota 8
Excelente a transportar a bola e a esticar o jogo, deixando
os defesas contrários sempre em alerta. Não marcou mas foi crucial nos momentos
decisivos. Criou o 2-1 para Tony e num lance do qual dificilmente sairia perigo,
inventou o golo da vitória, para Adelino marcar.
Outros destaques
Pedro “sacrificou-se” na baliza e não esteve mal. Esteve
muito atento a defender. Excelente a colocar a bola e a criar superioridade
numérica, quando era preciso sair sob pressão. Não teve hipóteses no golo
sofrido e acabou a segunda parte como jogador de campo, emprestando frescura física
e muita experiência à equipa.
Adelino fez dois golos nas duas únicas oportunidades de
que dispôs. Teve ainda um passe que era meio golo, só para encostar ao segundo
poste, mas nem Sérgio nem Tony “aproveitaram”.
No momento decisivo, não se escondeu e assumiu a
responsabilidade de converter o livre que deu a vitória. São assim os grandes
jogadores.
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