sábado, 3 de fevereiro de 2018

Estamos na luta



Vitória foi prémio para o sacrifício extremo de 5 guerreiros

3ª jornada do Grupo A da Taça
27 de Janeiro de 2018, 18 horas

G. D. Adira, 3
GAP, 2

Pavilhão do CDUP, no Porto

G. D. Adira – Pedro; Hugo, Tony e Adelino; Sérgio.
Tr: Joaquim Miranda

Ao intervalo: 1-1
Marcha do marcador: 1-0; 1-1; 2-1; 2-2; 3-2




A Adira vinha de obter um recorde negativo. Seis derrotas consecutivas não é um estigma fácil de superar e para mais o adversário para este jogo, foi uma dessas seis equipas que nos venceu. Logo com a derrota mais pesada de sempre (2-7).
O GAP é também a equipa que já defrontamos mais vezes, sendo este o terceiro confronto. Nos dois anteriores perdemos sempre. Tudo a favor portanto para esta ser mais uma derrota, mas Miranda, Pedro, Hugo, Tony, Adelino e Sérgio não quiseram.

Que jogaço fizeram os cinco bravos atletas da Adira. Tiveram logo de compensar uma falta de ultima hora, de Alberto, que não pôde comparecer à partida. Pedro voluntariou-se para a baliza e esteve inexcedível. Todos estiveram de resto e num jogo que não era nada fácil, como explicamos antes.

O jogo começou com o GAP mais pressionante, tentando tirar partido do maior número de atletas disponíveis, com um ritmo de jogo forte, desde o início. A Adira pelo contrário, tentava “meter gelo”, não embarcando numa pressão alta que rapidamente desgastaria os cinco elementos.

O GAP pressionava a atacar, mas também a defender, com o bloco muito alto a dificultar, de sobremaneira, a saída de bola por parte do Desportivo.

Foi curiosamente num desses lances que a Adira chegou à vantagem. O GAP com o bloco muito alto, a Adira atentar trocar a bola à procura de espaços e sai um passe de Tony para o homem mais avançado, na altura Adelino. Com arte, mas também cm alguma sorte à mistura, Adelino conseguiu isolar-se e bater o guardião.

Começava bem mas a pressão do GAP, não abrandou como é natural. Pelo contrário intensificou-se, começando aí a sobressair a mais-valia de Pedro, na baliza, mas a funcionar como um quinto homem de campo, com os colegas da frente a socorrer-se dele, sempre que era necessário, para jogar em superioridade numérica no meio campo defensivo. Nem sempre as bolas tinham o melhor seguimento ofensivo, mas cumpria-se o objectivo de pôr o adversário “a cheirar a bola” e esta sempre longe da baliza da Adira.

O jogo manteve-se assim durante alguns minutos. Já passaria da metade da primeira parte quando se deu um lance polémico. Com o GAP a jogar com o guardião avançado, Sérgio forçou o erro do adversário no meio campo e a bola sobrou para Tony, atrás do meio campo, que de pronto tentou o remate para a baliza. No círculo central do meio campo, o guardião evitou o golo com as mãos.

Será que era golo???
O que é que isso interessa? A bola ia seguramente na direcção da baliza. Podia ser golo, como poderia passar a centímetros do poste, mas ia garantidamente na direcção da baliza. Nunca iria sair pela linha lateral ou sequer perto da marca do canto. O guardião teria de ser expulso e daí não viria nenhum mal ao mundo. Quando se cumprem as regras, até pode haver protestos, mas as pessoas acabam por aceitar, porque se cumpriu as regras. O problema é que nestas competições “amigáveis”, os árbitros tem a mania de inventar e facilitar e só deram o amarelo ao guardião, apesar dos muitos protestos dos homens da Adira.

O lance foi muito penalizador para o Grupo Desportivo, até porque retirou discernimento e concentração à equipa, principalmente ao apitão Tony que era dos mais exasperados nos protestos…
Tanto que foi Tony que acabou por falhar no golo do empate, apenas um minuto depois, num lance em que acaba por ser clara alguma falha de concentração.

O empate resistiu até ao intervalo, altura em que já se notava algum cansaço.

No início da segunda parte, a Adira já saía com menos perigo para o ataque. As pernas iam pesando, principalmente em Tony e Hugo que já não conseguiam subir na quadra com o mesmo vigor da primeira parte. A equipa acabava por insistir mais em colocar a bola directamente na frente, aproveitando Adelino e principalmente Sérgio, para acumular algumas faltas sofridas, aquando do momento da recepção. E nem todas as faltas foram marcadas.

Tony ainda teve forças para fugir ao seu marcador, subir à área contrária e colocar a Adira de novo na frente, mas logo a seguir, na primeira oportunidade, teve de trocar de lugar com Pedro na baliza. A pressão do GAP ia ser grande e era preciso refrescar a defensiva, da única forma possível, com a passagem de Pedro para jogador de campo.

Não tardou até que Pedro “cavasse” também ele, com a sua experiência, mais uma falta, a quarta para o GAP. Antes disso porém voltou o empate, com Castro, o mais perigoso a par do capitão Nelson, a fazer o 2-2. A bola foi muito bem colocada e não havia muito que Tony pudesse fazer…

O jogo estava equilibrado e podia cair para qualquer lado. Mas tinha de ser a Adira a fazer pela vida, já que da parte da arbitragem não se podia contar com nada. Em novo lance claro para expulsão, o árbitro ficou-se novamente pelo amarelo. Se calhar este até era mais gritante (se é que isso é possível). Senão veja-se. Hugo fintou o adversário e foi sozinho para a baliza, da esquerda para o centro. Perfeito para o remate com o seu pé mais forte, o direito, que já ia a puxar atrás para bater, ali na zona do livre de 10 metros, quando foi ceifado pelo adversário nas costas e quando só tinha o guardião pela frente. Se isto não é lance para vermelho, então não percebemos nada de desporto, futebol, futsal, ou o que for…

Do livre infelizmente não saiu nada, senão um cerrar de dentes ainda mais forte e focado na vitória, que haveria de chegar. Esta sobre o Hugo foi a quinta falta. A sexta, com direito a livre sem barreira, sofreu-a Sérgio muito perto do final. No livre, Adelino deu a vitória à Adira.

Com este resultado o Grupo Desportivo Adira volta a depender apenas de si para passar às meias finais, mas para isso terá de vencer o ADC Figueiras, líder do campeonato e que nunca perdeu esta época.





O “filme” dos golos ao minuto

4m               1-0     Pressão do GAP na saída da bola. Tony mete a bola na frente. Adelino ludibria o adversário com o corpo e fica sozinho com a bola e vários metros para correr. À saída do guardião, Adelino remata e faz a bola passar por baixo das pernas do guardião.

14m             1-1     Mau passe de Tony à queima-roupa. Nelson intercepta no meio campo e vem por lá fora. Na área, finta Pedro e marca.


28m             2-1     Tony mete para Sérgio a pivot. Sérgio roda sobre o seu marcador e deixa-o para trás. Com o ultimo defesa a sair-lhe ao caminho faz o passe para a direita, com Tony a aparecer e a encostar de primeira para a baliza.

35m             2-2     Canto curto do GAP. Castro recebe na lateral esquerda e chuta prontamente. Uma espécie de “centro remate” que mete a bola encostadinha ao poste mais distante.

38m             3-2     Sérgio recebe na esquerda e é carregado quando tenta rodar. Sexta falta e livre sem barreira. Na marcação do livre, Adelino bate em jeito e faz a bola passar pelo lado do guardião.




Notas

Pedro, Hugo e Tony – 7
Adelino e Sérgio - 8


Homem do Jogo

Sérgio Guimarães – nota 8

Excelente a transportar a bola e a esticar o jogo, deixando os defesas contrários sempre em alerta. Não marcou mas foi crucial nos momentos decisivos. Criou o 2-1 para Tony e num lance do qual dificilmente sairia perigo, inventou o golo da vitória, para Adelino marcar.


Outros destaques

Pedro “sacrificou-se” na baliza e não esteve mal. Esteve muito atento a defender. Excelente a colocar a bola e a criar superioridade numérica, quando era preciso sair sob pressão. Não teve hipóteses no golo sofrido e acabou a segunda parte como jogador de campo, emprestando frescura física e muita experiência à equipa.

Adelino fez dois golos nas duas únicas oportunidades de que dispôs. Teve ainda um passe que era meio golo, só para encostar ao segundo poste, mas nem Sérgio nem Tony “aproveitaram”.
No momento decisivo, não se escondeu e assumiu a responsabilidade de converter o livre que deu a vitória. São assim os grandes jogadores.

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