sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Assim custa muito


Mais uma “vitória moral”, mas quem levou os 3 pontos foi o Mini Águias


2ª jornada da Superliga Futsal (jogo em atraso)
11 de Dezembro de 2017, 23 horas

G. D. Mini Águias, 4
G. D. Adira, 3

Pavilhão do CDUP, no Porto

G. D. Adira – Alberto; Hugo, Tony [cap.] e Ricardo; Adelino.
Jogou ainda: Rui
Tr: Joaquim Miranda

Ao intervalo: 1-2
Marcha do marcador: 0-2; 3-2; 3-3; 4-3


Regresso ao CDUP, após quinze dias de interregno e dois jogos adiados, para um jogo em atraso da segunda jornada. E que jogo, já que pela frente estava uma equipa com apenas 3 jogos na Liga (tal como a Adira), mas com 3 vitórias, acrescido do facto de ter 8 golos marcados e nenhum (!!!!) sofrido.

Tal cartão de visita não faria diferença na forma como a equipa enfrentaria o jogo, pois o grupo já percebeu que deve encarar todos os jogos com extrema cautela e alicerçar o seu jogo numa defesa sólida e solidária.

Com alguma altivez, o Mini Águias vinha para ganhar o jogo, mas sem esperar grandes dificuldades. O jogo começou com os matosinhenses a tentarem jogar no meio campo da Adira, no entanto não estariam preparados para a equipa que tinham pela frente. Pensaria que provavelmente seria uma questão de tempo, pelo que o ritmo de jogo nos primeiros minutos foi baixo.

Sem sofrer qualquer golo nos quatro jogos disputados (três na Liga, mais um na Taça), terá sido com grande surpresa que o Mini Águias se viu a perder, aos sete minutos. Foi também um grande frango do seu guardião, que deixou a bola passar por si, sem conseguir pontapeá-la para longe, como tencionava.

Dois minutos volvidos e de novo o contra-ataque da Adira a funcionar, ampliando a vantagem para dois golos. Este golo de Ricardo terá sido um verdadeiro abanão para o adversário. Se no primeiro houvera muita sorte à mistura, neste segundo golo as coisas não aconteceram por acaso. O Mini Águias que vinha de 160 minutos sem sofrer qualquer golo, sofria aqui logo dois e ainda estávamos apenas com 10 minutos de jogo…

No entanto, o plano de jogo nunca foi marcar muitos golos. A Adira é actualmente uma equipa que procura jogar de forma inteligente. Conhece as suas limitações e tenta não se entusiasmar. A ideia era manter o modus operandi, sem arriscar no ataque e continuando sólidos e impenetráveis na retaguarda.

Estava a correr maravilhosamente bem, até que no último minuto, sem que nada fizesse crer, ou o adversário fizesse muito por merecer, o Mini Águias reduziu.
Um lance algo fortuito, não que não houvesse mérito do adversário, mas onde transpareceu mais um certo relaxamento… talvez por o intervalo estar tão perto.

Digamos que este foi um dos momentos chave do jogo. A Adira passou de uma vantagem que parecia confortável, para uma apenas tangencial. E isto a escassos segundos do descanso. Quão diferente poderia ter sido se este golo não tivesse existido?!?!?


O segundo momento chave foi a entrada na segunda parte. “Ruiu tudo” em poucos minutos.
Não sei se houve desconcentração ou se puro azar, mas uma defesa tão sólida durante 19 minutos, em meros 5 minutos já parecia um “passador”. A equipa de Guifões empatou num remate muito bem colocado e passado dois minutos passou mesmo para a frente do marcador, num golo caricato… de calcanhar.

Cabia agora a Adira subir as linhas. Conseguiu faze-lo apesar de ter apenas um suplente, com enorme sacrifício físico. A Adira aproximou-se mais da área contrária. Fez o que podia para chegar ao golo, mas demorou quase 10 minutos para o conseguir. Teve muito mérito no empate. O golo de Adelino fez a equipa vibrar, mas praticamente na jogada seguinte, o Mini Águias voltou a adiantar-se, aqui com Alberto a deixar a sensação que devia ter feito melhor.

A Adira porfiou em busca de novo empate… e andou tão perto. Rui teve as melhores oportunidades nos pés, mas de ambas as vezes rematou tão mal.

Voltou o Desportivo a fazer um grande jogo, mas para casa não levou nem um ponto. Assim custa muito…




O “filme” dos golos ao minuto

7m               0-1     Pressão alta do Mini Águias, enquanto os homens da Adira trocam a bola no seu meio campo. De repente Adelino corre para a área e Tony faz um passe que sobrevoa o ultimo defesa. O guardião sai da área e chega primeiro à bola, mas falha incrivelmente o corte e a bola sobra para Adelino, que fica sozinho para fazer o golo.

9m               0-2     Remata embate na barreira defensiva da Adira. Adelino recupera a bola, desequilibra o adversário com uma finta de corpo e opta pelo passe para a frente, para a corrida de Tony pela ala direita. Tony controla a bola e assiste Ricardo no meio. Este prepara a bola e remata rasteiro, com a bola a passar por baixo do corpo do guardião.

19m             1-2     Ainda de fora da área e com Hugo pela frente, Micael foge para a direita e arranca um bom remate cruzado, com a bola a entrar a meia altura, junto ao poste mais distante.


22m             2-2     Canto do lado esquerdo do ataque dos Águias. A primeira bola é “contrariada”, mas depois Carlos Leite entrega a bola para trás, para fora da área. Tony sai da área para fechar o espaço, mas Serrão remata em jeito e coloca a bola junto ao poste mais distante.

24m             3-2     Bola metida no pivot, que consegue rodar na área e rematar. Alberto defende à queima roupa, mas a bola sobe no ar. Alberto no chão dá-lhe uma sapatada e afasta-a. Serrão recupera a bola, de costas para a baliza e remata de calcanhar. Tony “fecha” o poste e Alberto ao seu lado, já de pé, mas nenhum dos dois consegue evitar o golo.

33m             3-3     Passe para Hugo que avança pela esquerda. Perante um adversário, levanta a bola em jeito para a área. Tony deixa bater no solo e remata de pronto. A bola vai ao poste mais próximo e regressa para os pés de Tony. Já pressionado por um defesa e sem poder almejar a baliza, Tony puxa para trás e toca de calcanhar para Adelino que na passada arranca um remate cruzado, sem defesa.

34m             4-3     Bola bombeada por Serrão, para Carlos Leite na frente. O pivot recebe de costas para a área, mas vira-se com à vontade e perante o espaço concedido por Hugo, tenta o remate de fora da área. A bola sai colocada, mas não muito forte, entrando pelo poste que Alberto deveria guardar…




Notas

Alberto e Rui – 5
Hugo – 6
Ricardo – 7
Tony e Adelino – 8



Homem do Jogo

Tony Silva

Dizer que foi o cérebro da equipa talvez seja exagerado, mas foi sem duvida o seu “coração”, o mais inconformado. Correu muito e apareceu duas ou três vezes com muito perigo na área. Desta vez não marcou, mas foi o homem do ultimo passe nos três golos.


Outros destaques

Hugo está muito pesado. Não falha um passe nem permite que lhe roubem uma bola, mas o peso extra faz diferença, neste caso a defender, não permitindo dar aquele bocadinho mais de esforço. Foi assim no primeiro e no último golo, quando ofereceu muito espaço para os remates.

Que se passa com Rui? Parece que falta confiança ou que fica nervoso nos momentos decisivos. Por duas vezes teve no pé o golo do empate, mas na primeira atirou de forma displicente, já depois de rodar espetacularmente sobre o adversário, e na segunda oportunidade, à boca da baliza, quando era só encostar, “pegou” mal na bola.


Voltou o Adelino goleador. Noutros jogos tem tido bastantes mais oportunidades, mas pouca eficácia. Neste jogo, em duas singelas oportunidades, capitalizou em dois golos, além do muito que jogou.

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